Projeto Arte de Viver incentiva participação de deficientes visuais

Seu Francisco de Assis da Costa é deficiente visual. E já acompanha o Arte de Viver há 3 anos, quando sua esposa Ridalva Cristina começou a participar da oficina de Jazz. Atualmente, a neta de seu Francisco também frequenta o projeto por incentivo dos avós.

Nos dias das apresentações no teatro Ângela Oliveira, é fácil encontrar seu Francisco. Numa das primeiras fileiras, com a bengala na mão, ele fica atento aos movimentos no palco, e mesmo sem enxergar não desvia o olhar. E não foi diferente na última quinta-feira, 13. No encerramento das oficinas de Ballet e Jazz do Arte de Viver. A esposa de seu Francisco apresentou, e ele estava lá, prestigiando.

Seu Francisco tem uma doença genética que o acompanhou a vida inteira. Aos 20 anos, passou a se agravar de forma mais dura, mas só aos 30 a doença piorou, após, ele perdeu a visão de vez. Mesmo sem enxergar, ele faz questão de manter suas atividades. “Eu ainda passeio, visito lugares novos e me mantenho atento a tudo” Afirma.

A história de seu Francisco com o Arte de Viver começou em 2016. Sua esposa, dona Ridalva Cristina se inscreveu na oficina de jazz. Desde então, vez ou outra ele aparece no Centro Cultural Maestro Miro – um dos locais que recebe o projeto, para conversar um pouco com o pessoal. “Eu me sinto muito bem aqui. Eles me tratam muito bem, sempre tem alguém para conversar” Afirma, referindo-se a equipe e os outros alunos das oficinas.

Para seu Francisco, o projeto funciona como uma forma de distração, e faz um alerta. “Mesmo com deficiência visual, nós que temos esse problema não devemos nos acomodar ou deixar de participar do que nos faz bem” Conta.

Quando criado em 2011, o projeto chegou para oferecer a população feirense atividades artísticas e culturais através de oficinas. O diretor de atividades culturais  Luiz Augusto afirma a importância do projeto para sociedade. “Muitas das pessoas beneficiadas pelo Arte de Viver não tinham oportunidade de fazer essas atividades, e agora muitos já não se veem mais sem as oficinas” Declara o diretor.

São mais de 20 oficinas gratuitas oferecidas pelo Arte de Viver, um projeto mantido pela Prefeitura Municipal de Feira de Santana, através da Fundação Municipal Egberto Tavares Costa.

Por: Adriele Mercês

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *