Povo de santo e católicos homenageiam Santa Bárbara

O povo do axé – mães, pais e filhos de santo, mais católicos – com roupas brancas, vermelhas ou de ambas cores, cantando desceram a ladeira da rua Olímpio Vital acompanhando as imagens de Santa Barbará ou Iansã, a depender da fé, e São Gerônimo ou Xangô, até o Centro de Abastecimento, onde nesta terça-feira, 4, as divindades são festejadas.

Mas o ‘axé’ dito no final da missa pelo diácono Gilberto, que a celebrou, mostra toda salutar mistura de crenças do povo baiano. Revela o toque maior do sincretismo – as partes mantêm os traços perceptíveis das suas crenças. O povo de santo acompanhou o ritual católico. Os católicos reverenciaram a bela e poderosa Oyá.

“Sou católica”, afirmou a mãe de santo Maria José de Jesus, de Conceição do Jacuípe, que participou das homenagens acompanhadas por várias filhas de santo, do povo de keto. “Venho a esta festa há mais de 40 anos e sempre acompanhada pelas baianas de vermelho”. O vermelho se destacava nas vestimentas das suas companheira de fé.

Respeito todas as crenças e tradições

O prefeito Colbert Filho disse que a procissão, missa e o caruru são tradições que já passam de quatro décadas, apenas no Centro de Abastecimento, em Feira de Santana. “Respeito todas as crenças e tradições”. Santa Bárbara é reverenciada, com a mesma intensidade, por católicos e candoblecistas.

Devota de 80 anos acompanhou a procissão

Católica como dona Hilmanaide de Jesus (foto), que já passou dos 80 anos, acompanhou a procissão rezando o terço. “Sou muito católica e acredito na santa”. No carroceria do veículo onde estava as imagens de Santa Bárbara e São Jerônimo o pai de santo Francisco de Jesus cantou hinos em louvor à divindade.

Depois da parte religiosa, foi iniciado o lado profano, com a apresentação do grupo de samba de roda Quixabeira da Lagoa da Camisa, mais a cantora Mara. Baianas borrifaram alfazema. O esperado caruru foi servido às mais de três mil pessoas que foram ao Restaurante Popular. Algumas pessoas repetiram o prato.

Tradição de décadas

O secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges Júnior, disse que a devoção à santa é uma marca do Centro de Abastecimento que não deve desaparecer. “Definitivamente já entrou na história local”. Em Feira, estas comemorações remotam ao antigo mercado de cereais, hoje MAP, com seus mais de cem anos de história.

Estiveram presentes o chefe de Gabinete do Prefeito, Mário Borges e o secretário de Comunicação Social, Valdomiro Silva. Participaram a Guarda Municipal, agentes de trânsito e policiais militares.

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