Museu Geológico da Bahia abriga oficina prática para deficientes visuais
Por meio da utilização de maquetes e escalas portáteis em relevo, os cegos puderam identificar atributos como distância, se o terreno é montanhoso ou mais plano e até se é banhado por mar. Idealizador e instrutor da oficina, o geólogo Rubens Antônio destaca que “a ação possui um espírito cidadão e permite que os cegos se posicionem, conheçam distâncias, relevo, o que, naturalmente, é algo que lhes é negado”.
Ítalo de Aragão Silva nasceu com a deficiência e sabe que o que aprender vai ter importância no dia a dia. “Para uma pessoa que enxerga, a localização é algo natural. Uma árvore pode ser usada como referência e isso é algo impossível para nós. Então tudo que aprender aqui hoje eu vou levar para minha vida, sabendo que conheço um pouco mais a cidade em que vivo”, garantiu.
Vanúbia Silva possui baixa visão e assegura que nunca teve uma experiência como essa antes. “Como vejo minimamente, um mapa visto de frente não me permite entender posição, nada. Mas com essas maquetes eu consigo sentir onde é a estrada, locais mais altos e baixos, o rio. É muito bom”, festejou.
As maquetes e escalas utilizadas na iniciativa, cedidas pelo IGHB, possibilitam que os cegos acumulem conhecimento para além de aulas faladas. Outras edições da oficina estão previstas e as datas serão divulgadas em breve.
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