Brasil faz campanha histórica no Parapan de Lima

Delegação brasileira somou 308 pódios, dos quais 287 (93,18%) contaram com a participação de atletas contemplados pelo programa Bolsa Atleta

Jogos Parapan-Americanos Lima 2019 – Time de Natação. Foto: Ale Cabral/CPB

Com a missão de superar os resultados de Toronto 2015, a delegação brasileira desembarcou em Lima (Peru) com a missão de manter a supremacia nos Jogos Parapan-Americanos e quebrar a marca de 109 medalhas de ouro conquistadas na última edição do evento. Após 11 dias de competições, os atletas superaram todas as expectativas e protagonizaram a melhor campanha de todos os tempos do Brasil no megaevento.

O país liderou o quadro de medalhas desde o primeiro dia de provas e fechou a conta neste neste domingo (01/09) com 308 pódios, com 124 medalhas de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Do total de medalhas, 287 (93,18%) foram conquistadas diretamente ou contaram com a participação de atletas contemplados pelo programa Bolsa Atleta da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Para se ter uma ideia da força do Brasil em Lima, a soma dos ouros dos segundo e terceiro colocados no quadro geral de medalhas, Estados Unidos (58) e México (55), respectivamente, é de 113. As duas nações juntas não seriam capazes de desbancar o Brasil da liderança do Parapan.

“Nós estamos muito felizes”, comemorou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado. “O desafio nesse evento era muito grande por várias razões. Primeiro porque os países estão evoluindo bastante. O Chile, a Argentina, o México… E os Estados Unidos vieram mais fortes do que em Toronto. Então, o desafio de se manter em primeiro era grande. Superamos os números de Toronto nesse que certamente foi o Parapan mais difícil que nós já disputamos até agora, por conta da competitividade”, analisou o dirigente.

Investimento no esporte

Foto: Crédito: Saulo Cruz/EXEMPLUS/CPB

O sucesso brasileiro em Lima é fruto de trabalho e de investimento. Pela primeira vez os esportistas puderam contar com uma preparação completa no Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo, um dos maiores e mais modernos CTs do mundo. Os atletas nacionais contaram também com o apoio do programa Bolsa Atleta e do Bolsa Pódio. Os bolsistas conquistaram medalhas em 16 modalidades.

“Estamos muito contentes com o desempenho nesse Parapan. Nós estamos investindo muito na questão do esporte. Esse é o esforço para buscar cidadania plena para todos os brasileiros. O esporte é uma forma de fazer essa diminuição das desigualdades e fazer com que eles brilhem no esporte para a alegria de todo o Brasil”, disse o ministro da Cidadania, Osmar Terra.

“Estamos muito contentes com o desempenho nesse Parapan. Nós estamos investindo muito na questão do esporte”

Osmar Terra, ministro da Cidadania.

Nesta edição dos Jogos Parapan, os atletas brasileiros também tiveram o incentivo da recomposição de orçamento do programa Bolsa Atleta realizada pelo Ministério da Cidadania em 2019. Como parte das ações dos 100 primeiros dias do novo governo, houve um aporte de R$ 70 milhões no programa, o que possibilitou dobrar o número de atletas apoiados pela iniciativa, passando de 3.058 para 6.199.

A ação reverteu o corte sofrido no programa no fim de dezembro de 2018. A prioridade na recomposição feita pelo Ministério da Cidadania foi para as categorias de base, como Estudantil e Nacional. No esporte paralímpico, a iniciativa alcançou 15 atletas que representaram o Brasil nos Jogos Parapan-Americanos de Lima: sete deles estão nas seleções brasileiras de basquete em cadeira de rodas, modalidade mais impactada pela ação.

“O Bolsa Atleta é uma ferramenta muito importante para o esporte nacional. Ele pega desde a base e vai até o alto rendimento. Essa é a contribuição que o governo federal faz para que a gente possa ter representações de alto nível, como foi no Pan e no Parapan”, disse o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Décio Brasil.

Pódios de bolsistas no Parapan de Lima

Atletismo: das 82 medalhas, 77 (93,90%) vieram com bolsistas
Judô: todos os 11 medalhistas era bolsistas
Tênis de mesa: das 24 medalhas, 22 (95,83%) vieram com bolsistas e uma contou com participação de bolsistas na disputa por equipe
Natação: das 127 medalhas, 123 (96,85%) foram conquistadas por bolsistas
Tiro Esportivo: 10 medalhas, 8 (80%) foram de bolsistas
Ciclismo: 8 Medalhas, 5 (62,50%) por bolsistas
Vôlei sentado: 2 medalhas com participação de bolsistas
Halterofilismo: 16 medalhas, 15 Medalhas (93,75%) por bolsistas
Tênis em cadeira de rodas: 1 medalha conquistada por bolsistas
Parataekwondo: 5 medalhas conquistada, 3 (60%) por bolsistas
Basquete em cadeiras de rodas: 1 medalha com participação de bolsistas
Futebol de 5: 1 medalha com participação de bolsistas
Futebol de 7: 1 medalha conquistada
Goalball: 2 medalhas com participação de bolsistas
Bocha: 7 medalhas conquistadas, 6 (85,71%) por bolsistas
Parabadminton: 10 medalhas, 9 por bolsistas (90%) e 1 com participação de bolsista

Destaques brasileiros

Entre as performances individuais dos atletas brasileiros em Lima, duas chamam a atenção, ambas na natação. Daniel Dias alcançou a inédita marca de 33 medalhas de ouro em 33 provas disputadas em Parapans desde o Rio 2007. Já Phelipe Rodrigues é o competidor que mais ouros vai levar na bagagem de Lima. Ele participou de oito prova. Ganhou sete ouros e um bronze.

Daniel Dias chegou a Lima com 27 pódios, sem nunca ter perdido sequer uma prova em Jogos Parapan-Americanos. Nadou seis provas e manteve 100% de aproveitamento. Sagrou-se campeão nos 50m, 100m e 200m livre, 50m costas, 50m borboleta, e revezamento 4 x 100m medley 34 pontos (soma da classificação funcional dos integrantes). Já Phelipe Rodrigues foi o mais rápido nos 50m, 100m e 400m livre, 100m borboleta, 200m medley, ouro nos revezamentos 4 x 100m livre e 4 x 100m medley, e bronze nos 100m costas.

Os dois deixaram Lima na manhã deste domingo, ao lado de outros 24 nadadores da seleção brasileira que disputam, a partir de 9 de setembro, o Campeonato Mundial de Natação Paralímpica no complexo aquático do Parque Olímpico de Londres, no Reino Unido.

“Lima é o primeiro estágio dos grandes eventos do ciclo e serve como um excelente termômetro para avaliar nosso planejamento, que foi estabelecido em 2017 projetando os oito anos subsequentes. Tínhamos uma expectativa aproximada do que realmente alcançamos aqui, mas atingimos a meta e superamos a excelente campanha de Toronto 2015”, analisou Alberto Martins da Costa, diretor-técnico do CPB e chefe da missão brasileira nos Parapan de Lima.

Com informações da Rede Nacional do Esporte

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